O ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 9, pressionado pela alta do dólar ante moedas pares. A apreciação da divisa americana encarece os contratos do metal precioso, tornando-o menos atraente a investidores estrangeiros. O avanço dos juros dos Treasuries também pesou sobre a commodity, uma vez que os ativos competem como reserva de segurança do mercado.

O ouro com entrega prevista para junho cedeu 0,76%, e terminou a sessão cotado a US$ 1744,8 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Na semana, contudo, o metal precioso avançou 0,95%, diante de sinalizações de que as autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Centro Europeu (BCE) estão pouco preocupadas com a escalada da inflação neste ano, segundo mostraram as atas das mais recentes reuniões de política monetária das instituições, divulgadas entre quarta e quinta-feira. O posicionamento dos BCs pressionou o dólar e fez os juros dos Treasuries recuarem, elevando a demanda do mercado por ouro.

Para o restante do ano, a Capital Economics prevê que o metal precioso seguirá pressionado pela alta recente nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Em relatório enviado a clientes, a consultoria diz esperar que os juros reais tornarão a subir nos próximos meses, apoiados pela aceleração da inflação nos Estados Unidos.

Em comentários nesta sexta, o presidente da distrital de Dallas do Fed, Robert Kaplan, disse que os dirigentes da entidade monetária devem ficar atentos caso a alta da inflação nos EUA persista do 4º trimestre deste ano em diante. Segundo ele, é provável que os preços subam por conta da “fraca comparação” com o ano passado, quando o choque da covid-19 afetou a economia dos EUA. Uma alta a partir do último trimestre de 2021, porém, não poderia ser justificada apenas por fatores transitórios, afirmou o dirigente.