O ouro fechou em queda nesta segunda-feira, 16, no menor valor em quase três meses, em meio ao movimento generalizado de vendas de investidores realizando lucros para compensar as fortes perdas registradas em outros mercados.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril recuou 2,00%, para US$ 1.486,50 a onça-troy, o menor nível desde 20 de dezembro de 2019.

Um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortar a taxa básica de juros, mais uma vez extraordinariamente, para a faixa entre 0% e 0,25%, as bolsas de todo o mundo registraram fortes perdas. Em Nova York, pela terceira vez em duas semanas, o mecanismo do circuit breaker voltou a ser acionado, após o S&P 500 abrir com queda superior a 7%.

“A resposta inicial do mercado seguiu o já familiar padrão de entender essas ações mais como sintomas da ameaça do que promessas de trazer soluções”, avalia o Rabobank.

No pano de fundo desse cenário de estresse global, o avanço do coronavírus continua a causar volatilidade. Na Europa, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) se tornou o epicentro da doença, mais novos casos têm sido reportados do que na China. Hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que vai propor aos líderes do bloco o fechamento das fronteiras por 30 dias.

Diante dessa panorama, o ouro, que costuma encarecer em períodos de aversão ao risco, tem seguido o caminho oposto. “Ainda atribuímos isso à necessidade de investidores especulativos de compensar perdas em outros mercados”, explica o Commerzbank.

Para o Julius Baer, o preço do ouro deve cair se as previsões de uma recessão global não se confirmarem. “E, no caso de uma recessão, deverá haver pressões positivas, especialmente após os últimos dias”, analisa o banco.