O contrato futuro do ouro registrou o maior valor de fechamento desde agosto de 2013, após fechar na segunda-feira no maior nível desde setembro do mesmo ano, refletindo a intensificação do sentimento de aversão a risco que pressionou fortemente os mercados globais nesta quarta-feira, 14.

O ouro para dezembro negociado na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), avançou 0,90% para US$ 1.527,80 a onça-troy.

O movimento de busca por segurança foi acentuado hoje pela inversão da curva de juros dos Treasuries de dois e dez anos, registrada repetidas vezes ao longo da sessão de hoje. A queda dos rendimentos nas pontas longas abaixo das curtas representa historicamente um alerta de recessão e favorece a demanda por outros ativos seguros, como é o caso do ouro.

O sentimento de aversão ao risco nos pregões já era acentuado nas últimas semanas por prolongadas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, crise interna do governo italiano, escalada da violência entre governo e manifestantes em Hong Kong e aumento da percepção de risco de default da Argentina.

Apesar da volatilidade dos preços nas sessões mais recentes, respondendo a sinalizações sobre a guerra comercial, especialistas acreditam que o cenário atual favorece a valorização do ouro no longo prazo. “As quedas de preço estão claramente sendo vistas como uma oportunidade para compra, o que aponta para um aumento dos preços no futuro”, avalia Carsten Fritsch, analista de metais preciosos do Commerzbank.