O contrato de ouro mais líquido fechou em alta nesta terça-feira, com a queda do dólar colaborando para a compra do metal precioso, já que nesse caso o metal fica mais barato para os detentores de outras moedas. Além disso, há certa cautela nos mercados com relação à retomada econômica, ameaçada por pelo crescimento dos casos de covid-19 em países emergentes e por uma segunda onda do vírus naqueles que encerraram as quarentenas e reativaram os negócios.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro para agosto encerrou em alta de 0,80%, a US$ 1.782,00 a onça-troy, no maior nível de fechamento desde outubro de 2012.

O ouro oscilou entre altas e baixas nesta terça. Ganhava força no início da sessão após declarações confusas do assessor da Casa Branca, Peter Navarro sobre o acordo comercial “fase 1” entre EUA e China, seguida por um tuíte do presidente americano Donald Trump para esclarecer o tema. O metal chegou a recuar com dados positivos da economia na Europa e EUA, mas retomou tendência de alta e firmou ganhos principalmente ante a fraqueza do dólar.

Além disso, medidas recentes de estímulo, como as do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), tendem a levar para baixo os juros dos Treasuries, que competem com o ouro como alternativa segura de investimento. O estrategista Stephen Innes, da AxiCorp, comentou à agência Dow Jones Newswires que há muita liquidez no sistema financeiro global, o que também acaba por apoiar o metal precioso.

A demanda pelo metal precioso foi ainda apoiada por certa cautela entre investidores com o risco de novas ondas de contágio pela covid-19, que podem atrapalhar a retomada econômica. Carsten Fritsch, analista do Commerzbank, afirma que “as preocupações com novos aumentos de casos de coronavírus estão gerando incerteza e, assim, criando forte demanda pelo ouro como um porto seguro”.

*Com informações da Dow Jones Newswires.