O contrato futuro do ouro fechou estável nesta segunda-feira, 08. Por um lado, o metal foi pressionado pelos dados de criação de empregos nos Estados Unidos (o payroll), que influenciou as expectativas sobre os juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e impulsionou o dólar. Por outro, as constantes importações de ouro pela China contribuem para manter os preços no nível atual.

O ouro para agosto na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou a US$ 1.400,00 a onça-troy, sem variação expressiva em relação ao fechamento da sessão anterior.

Os números acima do esperado para a criação de postos de trabalho nos EUA em junho, divulgados na última sexta-feira, levaram investidores a amenizar a pressão sobre o Fed para um corte agressivo na taxa de juros, prejudicando o ouro, que é um ativo considerado seguro e tende a se beneficiar da expectativa de menores rendimentos dos Treasuries. Os dados do payroll também impulsionaram o dólar, encarecendo o ouro para investidores que operam em outras divisas.

Por outro lado, a China anunciou nesta segunda a compra de cerca de 10 toneladas de ouro em junho, marcando o sétimo mês consecutivo de aumento das reservas do metal precioso do governo chinês. “Uma razão provável para esse volume de compra é a guerra comercial com os EUA, que estimula a China a diminuir suas reservas de dólares e treasuries”, avalia o analista de metais do Commerzbank Daniel Briesemann, destacando que o país asiático comprou aproximadamente 85 toneladas de ouro desde dezembro.

Além da China, Briesemann assinala que bancos centrais de outros países envolvidos em disputas comerciais com os EUA, como Turquia e Rússia, estão entre os maiores compradores de ouro, possivelmente buscando limitar sua dependência do dólar. Em meio às projeções de relaxamento monetário e riscos geopolíticos, o Commerzbank prevê que o preço do ouro voltará a subir, chegando a US$ 1,5 mil por onça-troy até o fim do ano.