O contrato futuro de ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 10, após ter tocado máxima em quase nove anos mais cedo nesta semana, provocada pelas incertezas diante da recuperação econômica após a pandemia. Os sinais contraditórios para o futuro, com elevada tensão entre China e Estados Unidos e a segunda onda de covid-19, ao mesmo tempo em que há avanço nas pesquisas para vacina e tratamentos, trouxe volatilidade ao mercado acionário. Com isso, investidores aproveitaram para ajustar posições, vendendo ouro.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro para agosto encerrou em queda de 0,11%, a US$ 1.801,90 a onça-troy, mas encerrando a semana em alta de 0,67%.

Apesar das manchetes alarmantes sobre infecções subindo e mortes por covid-19 na América Latina e nos Estados Unidos, os participantes do mercado estão confiantes na China, onde o mercado acionário mantém certo apetite por risco, “mesmo que modestos”, aponta o Julius Baer. “O fluxo de notícias pode ser dominado pelo vírus, mas principalmente devido ao fato de que não há muito mais sobre o que escrever, há uma estranha calmaria nos mercados. Alguns afirmam que isso significa o fim dos mercados financeiros movidos pelo vírus”, afirma o banco suíço, em relatório desta sexta-feira.

Já o Commerzbank diz que a sinalização para mais pacotes de socorro financeiro por parte do governo americano pode estar por trás do bom desempenho dos mercados acionários. “O número de novos casos de corona nos EUA ainda está aumentando a um ritmo alarmante”, aponta. “Os democratas dos EUA já estão pedindo pacotes adicionais de resgate ao governo. Resta saber se os republicanos bloquearão essa ajuda adicional antes das eleições”, destaca o banco alemão.