O contrato mais líquido de ouro fechou em baixa pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, 2, com investidores retomando otimismo no mercado acionário, após a China informar que mantém compras de soja dos Estados Unidos. Com a percepção de que a “guerra de palavras” não deve ser materializada em tarifas ou restrições, houve certo alívio sobre o tema, com isso o metal precioso recuou, enquanto os ativos de maior risco foram demandados.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou em queda de 0,93%, a US$ 1.734,00 a onça-troy.

Para a BK Asset, a notícia que a China continua a comprar soja dos EUA de acordo com as regras do mercado ajudou a desencadear um “frenesi de compras” no mercado acionário.

“Os investidores ficam felizes e ignoram todas as más notícias desde que a torneira do Fed permaneça aberta e a guerra de palavras entre Pequim e Washington não se transforme em mais tarifas e sanções”, avalia a instituição, mencionando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Na avaliação de Carsten Fritsch, do Commerzbank, apesar da queda pontual do ouro hoje, a tendência é que os investidores voltem a comprar o metal, diante de certa desconfiança com “tanta impressão de dinheiro” na zona do euro e nos EUA, referindo-se a medidas de bancos centrais para conter a crise de covid-19.

“Os fluxos de entrada em ETFs fundos de índice de ouro são evidências de que os investidores desconfiam dessa orgia sem precedentes de impressão de dinheiro pelos dois principais bancos centrais”, afirma, referindo-se ao Fed e ao Banco Central Europeu (BCE).