O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em baixa nesta quarta-feira, pressionado pelo escalada dos juros dos Treasuries e o fortalecimento do dólar. Os ativos reagiram à divulgação do dado de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que subiu 4,2% na comparação anual de abril – o mais acelerado avanço desde 2008.

O ouro com entrega prevista para o mês que vem encerrou a sessão com perda de 0,72%, cotado a US$ 1.822,80 a onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O Departamento de Trabalho americano informou nesta quarta que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% de março para abril, bem acima da mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,2%.

O núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, cresceu 0,9%, no maior aumento mensal desde abril de 1982.

Após o dado, investidores foram em busca da segurança do dólar, que se apreciou ante as principais moedas do mundo e acabou fornecendo pressão às commodities metálicas, por torna-las mais caras e, assim, menos atraente.

O aumento dos juros dos Treasuries também contribuiu para a tendência, já que o metal precioso compete com a renda fixa como aplicação de segurança.

Apesar do movimento desta quarta, o Commerzbank avalia que a inflação mais alta pode ser positiva para o ouro, que tende a funcionar como espécie de hedge contra o avanço dos preços. “Altas taxas de inflação como a de hoje apontam para aumento dos preços de ouro. Isso só mudaria se o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mudasse sua abordagem atual”, explica.