O ouro fechou em baixa nesta quinta-feira, 1, refletindo a percepção do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) agiu de maneira menos “dovish” do que a esperada no dia anterior. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto fechou em queda de 0,36%, US$ 1.420,90 a onça-troy.

Na quarta-feira, a autoridade monetária dos Estados Unidos reduziu os juros do país em 25 pontos-base, o que já era esperado pelo mercado. No entanto, em coletiva de imprensa após o anúncio da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o relaxamento não se tratava do início de uma série de cortes.

Com a possibilidade de que o banco central dos EUA não volte a cortar juro neste ano, os rendimentos da T-note de 2 anos, considerada um ativo seguro, avançaram ao fim da tarde de quarta. Com isso, a procura pelo ouro, também considerado um ativo seguro, tende a diminuir, o que pressiona suas cotações.

Para o estrategista-chefe de commodities da BCA Research, Robert P. Ryan, o metal precioso “continuará bem apoiado” nos próximos meses. Ele espera outro corte de juros pelo Fed neste ano e recomenda que os clientes continuem apostando nos preços do ouro, que subiram este ano “à medida que os bancos centrais se esforçam para corrigir as condições financeiras globais”.

De acordo com o Commerzbank, em relatório divulgado a clientes, a demanda global por ouro no segundo trimestre cresceu 8% em relação ao ano anterior, o que deve favorecer as cotações nos próximos dias.

Perto do final do pregão, as perdas do metal foram reduzidas após o presidente americano, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos da China, o que aumentou a cautela do mercado. / Com informações da Dow Jones Newswires.