O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa, com o mercado observando os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. A alta nos títulos públicos vem tornando os ativos mais atraentes do que o metal, levando a um movimento de venda. A aprovação do pacote fiscal nos Estados Unidos e seus potenciais impactos também foi avaliada.

O ouro com entrega prevista para abril fechou em queda de 1,21%, a US$ 1.678,00 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). O preço é o mais baixa desde 3 de abril de 2020, de acordo com dados da FactSet. Segundo o Commerzbank, os fluxos de saída de fundos negociados em bolsa (ETFs) de ouro são uma tendência no momento e, no acumulado das últimas duas semanas, houve o maior movimento desde julho de 2013.

A alta nos rendimentos dos Treasuries vem impulsionando o movimento. Agora que o mercado de títulos está tentando olhar para além do fim da pandemia, os grandes vencedores do ano passado estão “sendo vendidos como se todo o seu investimento dependesse da covid-19, como o Nasdaq, bitcoin e ouro”, afirma Adrian Ash, diretor da pesquisa na BullionVault. Enquanto os rendimentos dos títulos continuarem subindo, “provavelmente continuará o pensamento de que o ouro é uma venda”, projeta Ash.

O Federal Reserve (Fed) ainda não parece estar particularmente preocupado com o aumento dos rendimentos, aponta o Commerzbank. No entanto, “a economia dos EUA também ameaça superaquecer e, como resultado, experimentar um aumento da inflação, para o que a resposta do Fed possivelmente será inadequada. É provavelmente quando o ouro começará a brilhar novamente”, projeta o banco alemão. Para o movimento, a avaliação é de que a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, realizada no Senado do país e que agora segue para a Câmara dos Representantes, tem potencial de alimentar a inflação.

*Com informações Dow Jones Newswires.