O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta terça-feira, após uma série de avanços do metal, com investidores buscando realização de lucros. Além disso, a alta dos rendimentos dos Treasuries e do dólar, moeda na qual a commodity é cotada, pressiona o ouro. O movimento ocorre em grande parte devido à postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com dirigentes indicando uma aperto monetário mais forte diante do quadro de alta da inflação.

O ouro para junho encerrou a sessão com desvalorização de 1,38%, a US$ 1.959,00 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

De acordo com Craig Erlam, analista sênior de mercado financeiro da Oanda, os preços do ouro se aproximaram de US$ 2 mil a onça-troy nesta segunda-feira, mas desde então recuaram e caíram um pouco mais de 1% nesta terça. Isso ocorre à medida que os rendimentos dos Treasuries continuam subindo, juntamente com o dólar, o que pode estar limitando o lado positivo do metal amarelo, mesmo que a inflação continue sendo um grande problema e os investidores se apeguem a portos-seguros, avalia.

O presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, fez na segunda-feira novo discurso “hawkish”. Para ele, é necessário ser “rápido” no combate à inflação. Ele disse que os índices de preços estão muito elevados, mas que o Fed tem “um bom plano” para controlá-los. O dirigente cogitou uma alta de 75 pontos base nos juros em alguma das reuniões do Fed.

Para Erlam, ainda assim, embora possamos estar vendo um movimento corretivo, a tendência recente tem sido forte e podemos ver mais corridas aos US$ 2 mil, apesar da realização inicial de lucros.