O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 17, em sessão na qual o metal foi pressionado pelo avanço do dólar, o que torna a commodity, cotada na moeda americana, mais cara para detentores de outras divisas. O dia encerra uma semana de perdas para o ouro, com o mercado passando a observar agora a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) na próxima semana.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,30% hoje, e 2,27% no acumulado semanal, a US$ 1.751,40 por onça-troy.

“A narrativa da ‘estagflação’ está captando a parcela de pensamento do mercado, à medida que os participantes olham para um período de alta inflação e desaceleração do crescimento, mas isso ainda não se traduziu em buscas adicionais pelo ouro”, aponta o TD Securities. Na verdade, o metal está lutando para encontrar compradores adicionais à medida que os bancos centrais diminuem suas compras, enquanto as participações em fundos de índices (ETF, na sigla em inglês) ligados à commodity permanecem praticamente inalteradas, avalia o banco.

Por sua vez, considerando que o ouro em Xangai está se aproximando de níveis mínimos históricos, o TD considera improvável que haja recuos maiores dos preços do metal.

Na próxima quarta-feira, os indícios sobre o início do processo de retirada de estímulos pelo Fed são especialmente aguardados. A questão do teto da dívida dos EUA segue no radar. O governo do presidente Joe Biden alertou administrações locais para os riscos, caso o Congresso não atue para elevar esse teto, com a oposição republicana resistindo a se envolver na questão. A Oxford Economics diz esperar o “tapering” do Fed em dezembro ou janeiro, mas afirma que uma crise na questão do teto poderia atrasar o início da redução nas compras de bônus do BC americano.