O ouro encerrou a sessão em queda nesta quarta-feira, 24. O preço do metal chegou a subir mais cedo, reagindo ao recuo dos rendimentos dos Treasuries. A recuperação dos retornos dos títulos públicos americanos, porém, fez com que o ouro caísse no fechamento abaixo do patamar de US$ 1.800 a onça-troy pela primeira vez nesta semana, já que o metal concorre com os Treasuries como ativo de segurança.

O ouro para abril fechou em baixa de 0,44%, em US$ 1797,90 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O Commerzbank avalia, em relatório a clientes, que o movimento recente de queda do ouro se dá por conta da perda de interesse de investidores de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) no metal, diante da alta dos rendimentos dos Treasuries americanos. Hoje, a T-note de 10 anos atingiu seu maior retorno em um ano. “Nós vemos pouco potencial de ganho ao ouro enquanto persistirem o fluxo de saída em ETFs”, projetou o banco alemão.

Para o diretor e especialista de portfólio da Carillon Tower Advisers, Matt Orton, o mercado tem se concentrado mais nos sinais de melhora econômica nos Estados Unidos, reforçada por discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, em audiências no Senado e na Câmara do país ontem e hoje.

Powell “comentou especificamente que o recente aumento nos rendimentos dos Treasuries é um sinal saudável das expectativas econômicas e minimizou os temores inflacionários da política fiscal dos EUA”, disse Orton à Dow Jones Newswires. “Este otimismo na recuperação, junto com as expectativas de uma inflação relativamente benigna, apresentam um grande obstáculo para o ouro”, concluiu. (COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRE)