O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em baixa nesta quarta-feira, 18, reagindo ao apetite por risco dos investidores diante de resultados positivos divulgados pela Pfizer sobre a sua vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida em parceria com a BioNTech. Segundo a empresa, o imunizante registrou eficácia de 95% e se mostrou segura durante os testes de fase final.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantil Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro cedeu 0,59%, a US$ 1873,90 a onça-troy. Foi a segunda baixa seguida do metal precioso após três sessões consecutivas de altas.

O analista de pesquisa sênior da FXTM, Lukman Otunuga, avalia que “o otimismo em torno dos mais recentes desenvolvimentos de vacinas” apoiou o sentimento de risco, “pesando sobre os ativos portos seguros”. A notícia quanto à vacina do consórcio Pfizer-BioNTech se soma aos resultados positivos divulgados por concorrentes como a Coronavac, da chinesa Sinovac, que demonstrou 97% de eficácia. Já a russa Sputnik V registrou 92% de eficácia, enquanto o imunizante da norte-americana Moderna foi 94,5% eficaz nos testes conduzidos pela empresa.

A estrategista sênior de metais preciosos do banco holandês ABN-AMRO, Georgette Boele, reitera a análise de Otunuga, acrescentando que o movimento de queda do ouro em meio ao noticiário positivo envolvendo uma vacina para o novo coronavírus é causado principalmente por investidores preocupados com o baixo retorno em outros ativos, como taxas de juros e moedas. “Os investidores liquidam parte de suas grandes posições em ouro em fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla em inglês), fazendo com que os preços caiam. Investidores com perfil menos propenso ao risco provavelmente comprarão se os preços do ouro caírem substancialmente, o que diminuiria a desvantagem do metal. Por enquanto, não esperamos que essa dinâmica se concretize. Mas isso indica que os preços do ouro são sensíveis a esses desenvolvimentos”, avalia Boele.

No entanto, o aumento vertiginoso de casos de covid-19 nos países que concentram os principais mercados acionários do mundo pode impulsionar o ouro, de acordo com Otunuga. “O rápido aumento no número de casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos continua a fomentar uma sensação de desconforto e cautela. É provável que o metal precioso obtenha força de um dólar mais fraco no curto prazo, até que mais notícias sobre vacinas sejam reveladas”, afirma o analista.

(Com informações da Dow Jones Newswires)