O contrato futuro do ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 5. O metal sofreu forte impacto após a divulgação do relatório de criação de empregos nos Estados Unidos, o payroll, que registrou alta acentuada e contribuiu para aliviar a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para cortar juros.

O ouro para agosto negociado na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange, fechou em baixa de 1,42%, a US$ 1.400,10 a onça-troy. Na comparação semanal, o metal acumulou perda de 0,96%.

Na manhã desta sexta, os números publicados pelo Departamento do Trabalho dos EUA indicaram que o país gerou 224 mil postos de trabalho em junho, bem acima das previsões do mercado e de analistas. Embora positivo para a economia como um todo, o dado reduz a percepção de urgência de um corte na taxa de juros do Fed, prejudicando ativos seguros que se beneficiam da expectativa de relaxamento monetário, como o ouro.

“Os dados acalmaram preocupações quanto à desaceleração econômica dos EUA, fazendo com que o Fed ganhe algum tempo para manter os juros a níveis atuais”, avalia o analista sênior de mercado da Western Union, Joseph Manimbo. Em meio à especulação mais branda sobre o Fed, o ouro quebrou um rali de duas semanas em alta, chegando a cair 2,1% intraday.

Por outro lado, a escalada de tensões geopolíticas e incertezas continuam a favorecer o ouro, que atingiu máximas em seis anos no final de junho, como explica o analista de metais Daniel Briesemann, do Commerzbank. “Mesmo com alguns obstáculos no curto prazo, o ambiente para o ouro continua positivo”, afirma Briesemann, que prevê o metal precioso a US$ 1.500,00 por onça-troy no final de 2019.

O analista do Commerzbank destaca os atritos entre EUA e Irã, a falta de sinais claros sobre a disputa comercial entre Washington e Pequim e o risco de um Brexit sem acordo como drivers que têm impulsionado o ouro. Com informações da Dow Jones Newswires.