O ouro fechou o pregão desta segunda-feira, 21, em baixa, mesmo com a aversão a risco generalizada nos mercados internacionais. Apesar de ser considerado um refúgio para momentos em que os investidores buscam segurança, o metal precioso foi pressionado hoje pela força do dólar.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega para dezembro recuou 2,62%, a US$ 1.910,60 a onça-troy.

“O ouro não pode alavancar seu status de porto seguro no momento, mantendo seu tom de baixa no início das negociações”, comentaram analistas do Swissquote Bank no começo do pregão na Europa, quando a aversão a risco já dava o tom para os mercados.

O escândalo bancário que veio à tona por meio de um consórcio de mídia internacional e as preocupações com a segunda onda de covid-19 na Europa, além de outras incertezas, fortaleceram o dólar, o que deixa os contratos das commodities mais caros e menos atraentes para detentores de outras divisas. No horário de fechamento do ouro, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, subia 0,77%, a 93,640 pontos.

Os documentos que foram obtidos por jornalistas sugerem que mais de US$ 2 trilhões de origem potencialmente ilícita foram movimentados no sistema financeiro internacional por quase duas décadas. Entre os bancos que foram mencionados, HSBC disse que as informações são “históricas”, JPMorgan afirmou que tem papel de liderança em reformas contra a lavagem de dinheiro e Deutsche Bank declarou que tem investido no combate a crimes financeiros.

Na visão do analista de metais Carsten Fritsch, do Commerzbank, apesar da queda de hoje, a tendência é positiva para o ouro, já que os principais bancos centrais do mundo devem manter os juros baixos por anos. “A política monetária e fiscal, portanto, permanece extremamente expansionista, preparando o caminho para que o preço do ouro obtenha ganhos adicionais”, argumenta o profissional.