O ouro fechou o pregão desta sexta-feira em queda, apesar da busca por segurança que predominou nos mercados internacionais. O preço do metal precioso foi pressionado pela alta do dólar. Isso torna o contrato da commodity mais caro e menos atrativo para detentores de outras divisas, o que reduz a demanda.

O ouro com entrega prevista em fevereiro recuou 1,16%, a US$ 1.829,9 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na comparação semanal, o metal precioso registrou baixa de 0,30%.

O analista de metais preciosos Carsten Fritsch, do Commerzbank, comenta que o ouro não conseguiu se recuperar “significativamente” das perdas registradas no final da semana passada. “Isso continua a ser impedido por um dólar mais firme e os rendimentos dos títulos americanos visivelmente mais altos, embora estes últimos tenham caído um pouco novamente nos últimos dias”, explica o profissional do banco alemão.

Além da alta do dólar, a inclinação da curva de juros dos Treasuries também pressiona o ouro. Considerado um ativo de refúgio, o metal precioso é visto, muitas vezes, como alternativa aos títulos da dívida do governo americano. No entanto, a alta dos rendimentos deixa os Treasuries mais atrativos para os investidores.

O Commerzbank também nota que o anúncio do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, teve pouca influência no ouro. Geralmente, quando há perspectiva de mais expansão fiscal e alta da inflação, os investidores fazem hedge em no metal. No entanto, alguns analistas acreditam que o montante dos estímulos terá que ser reduzido para passar no Congresso.