O ouro encerrou o pregão desta segunda-feira em alta, diante do acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, com o mercado buscando ativos de segurança, temendo que o conflito extrapole para questões cambiais.

O ouro para dezembro fechou em alta de 1,30%, a US$ 1.476,50 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Trata-se do valor mais alto em seis anos. Com as tensões comerciais crescentes, o metal precioso tem mantido tendência de avanço em suas cotações.

Nesta segunda-feira, o dólar rompeu a marca psicológica dos 7 yuans, pela primeira vez desde 2008. Enquanto o presidente americano, Donald Trump, acusa a China de manipulação cambial, Pequim defende que a depreciação de sua moeda é consequência dos conflitos comerciais e do protecionismo americano.

O temor de que a guerra comercial extrapole para o câmbio renovou o clima de cautela entre os investidores, que buscaram ativos de segurança, como o ouro. “Com o aumento significativo da aversão ao risco, em meio à crescente disputa comercial entre os EUA e a China, a demanda por ouro continua aquecida”, diz o banco alemão Commerzbank, em relatório divulgado a clientes.

Pelo lado cambial, o dólar em queda ante outras moedas principais ao longo do pregão também favoreceu as cotações do ouro, na medida em que sua queda torna commodities mais baratas para detentores de outras divisas, favorecendo a demanda.

Com a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve reduzir ainda mais as taxas de juros americanas, o ouro deve renovar suas altas. O metal precioso ganha maior demanda na medida em que a taxa básica de juros dos EUA é reduzida, já que outros ativos de risco, como os Treasuries, perdem rentabilidade em tal cenário.