O contrato mais líquido de ouro fechou em alta nesta quinta-feira, 31, em meio ao sentimento de risco no mercado em virtude do avanço da covid-19, com recordes de mortes sendo registrados e a variante mais contagiosa do coronavírus sendo encontrada em novos países. Além disso, a expectativa pela aprovação da elevação do auxílio individual em virtude da pandemia nos Estados Unidos alimenta a alta do ouro, por conta da possível aumento do déficit e da inflação, o que faz os investidores buscarem proteção no metal. Ao longo do ano, a alta acumulado foi de 24%, com a pandemia reforçando o papel do ouro como um ativo de segurança a ser recorrido em meio às incertezas.

O ouro para fevereiro subiu 0,09%, em US$ 1.895,10 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No ano, a commodity registrou ganhos de 24,45%, depois de ter chegado a ultrapassar a marca de US$ 2 mil. O resultado foi o melhor desde 2010 para o metal.

Os EUA registraram na quarta-feira seu recorde diário de mortos em razão da covid-19 na pandemia. Depois de ser encontrada no país, a cepa mais transmissível do vírus foi registrada na China. A mutação originalmente foi descoberta no Reino Unido. Apesar de notícias positivas sobre a vacinação, a perspectiva no curto prazo sobre o avanço da doença leva a uma aversão a risco, o que reforça o ouro.

Além disso, as tratativas pelo aumento do auxílio emergencial nos EUA dos atuais US$ 600 para US$ 2 mil vem alimentando a busca pelo ouro nos últimos dias, na medida em que o incremento tem possibilidade de aumentar a inflação e a dívida pública do país, dois fatores que tendem a levar investidores a recorrerem ao ouro.

Crucial para a perspectiva do ouro em 2021 será a direção do juro real, ou seja, os retornos dos títulos ajustados pela inflação. Com o rendimento real da T-note de 10 anos em torno de menos 1%, o custo de manter ouro – que não rende – em vez de títulos do governo é relativamente baixo, afirma James O’Rourke, economista da Capital Economics. Ele espera que os rendimentos reais caiam ainda mais e os preços do ouro terminem 2021 em US$ 1.900 a onça-troy.

“Os rendimentos reais nem sempre são os impulsionadores do preço do ouro, mas com taxas de juros tão baixas e expectativas de inflação mais altas, eles são o principal impulsionador”, diz o profissional.

*Com informações Dow Jones Newswires.