O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 7, com a queda do dólar ante moedas rivais servindo de suporte ao metal precioso, uma vez que a recuo da moeda americana o torna mais barato e, portanto, mais atraente a investidores que negociam em outras divisas. Somado a isso, o fraco relatório de empregos de abril nos Estados Unidos ampliou a perspectiva de alta inflacionária no país por meio da acomodação monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o que tende a favorecer a commodity metálica.

O ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta diária de 0,86%, com avanço semanal de 3,60%, cotado em US$ 1.831,30 a onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). O valor corresponde ao maior fechamento do metal desde o dia 10 de fevereiro, há quase três meses.

Além do apoio do câmbio, investidores ficaram de olho na divulgação do relatório de empregos dos EUA de abril, conhecido como Payroll, que registrou a geração de 266 mil empregos no mês, bem abaixo da mediana de 1 milhão prevista por analistas consultados pelo Broadcast. Houve ainda aumento na taxa de desemprego do país, de 6,0% para 6,1% entre março e o mês passado.

Diante destes números, dirigentes do Fed argumentaram pela necessidade de mais apoio monetário para auxiliar na plena recuperação da economia americana, aumentando a percepção de que os EUA deve registrar forte alta inflacionária neste ano. Este cenário tende a dar suporte ao ouro, já que o metal é considerado um ativo seguro para fazer hedge em contextos de altas nos preços.

“Uma coisa está clara: a política monetária relaxada do Fed não vai a lugar nenhum em breve”, destacou o analista-chefe de mercado da AvaTrade, Naeem Aslam, após a divulgação do payroll.

O Payroll fraco também motivou comentários de autoridades nos EUA, entre eles o presidente Joe Biden e a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Ambos ressaltaram a necessidade de aprovar os investimentos trilionários em infraestrutura e serviços sociais no país, dando mais apoio à perspectiva inflacionária.

*Com informações de Dow Jones Newswires