Os contratos futuros do ouro fecharam o pregão desta quarta-feira em alta e se aproximaram do recorde histórico, com a escalada nas tensões entre Washington e Pequim, após os EUA ordenaram o fechamento do consulado da China em Houston, no Texas.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto avançou 1,15%, a US$ 1.865,1 a onça-troy. O metal precioso se aproxima da máxima histórica de fechamento, US$ 1.891,9 a onça-troy, registrada em 22 de agosto de 2011, com base nos contratos mais líquidos.

“É tempo de festa para o ouro”, comenta o analista de metais Daniel Briesemann, do Commerzbank. A busca pela segurança da commodity aumentou após a escalada no conflito sino-americano.

No Twitter, o editor-chefe do jornal estatal chinês Global Times, Hu Xijin, escreveu que a resposta da China aos EUA provavelmente será “inesperada” e fará Washington sentir “dor real”. Ele comentou que os americanos se preparam para sair do consulado de Wuhan, mas que o fechamento desse escritório seria um “preço pequeno” a ser pago.

Nos últimos dias, os contratos do ouro, e também os da prata, já vinham em uma trajetória ascendente. Para Briesemann, do banco alemão, os metais preciosos ganharam impulso devido aos “enormes” programas de apoio à economia lançados por bancos centrais e governos, como o recente fundo de recuperação da União Europeia, de 750 bilhões de euros. Há, também, expectativa por novos estímulos nos EUA, onde a pandemia de covid-19 ainda avança.

“É provável que isso o impulso nos preços dos metais preciosos tenha sido aumentado por compras técnicas e especulativas depois que os preços excederam limites históricos”, acrescenta Briesemann.

Analista da Sun Global Investments, Mihir Kapadia destaca que a fraqueza do dólar também beneficia o ouro, já que os contratos da commodity ficam mais baratos para detentores de outras divisas.

*Com informações da Dow Jones Newswires