O ouro fechou em alta ligeira nesta quarta-feira, 16, com o risco geopolítico no Oriente Médio e na Península Coreana no radar dos investidores. A inauguração da embaixada dos Estados Unidos na cidade de Jerusalém segue provocando conflitos na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, que já deixaram dezenas de palestinos mortos pelo que as forças israelenses chamam de direito de defesa contra atos violentos.

Tel-Aviv mantém ainda as atenções aos desdobramentos no Irã após Washington deixar o acordo nuclear internacional com o país persa.

Além disso, a Coreia do Norte cancelou uma reunião de cúpula que teria com a Coreia do Sul e ameaçou desistir também do encontro entre o seu líder, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump. Por trás da decisão estariam exercícios militares realizados na região pelo vizinho ao sul em conjunto com os EUA.

Na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato futuro de ouro para junho fechou em alta de 0,09%, a US$ 1.291,50 por onça-troy. Apesar do ligeiro avanço, a cotação do metal segue abaixo do nível técnico psicologicamente importantes de US$ 1.300 por onça-troy.

Os ganhos, contudo, foram contidos pelo dólar forte e pelos juros ascendentes dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos com vencimento em 10 e 30 anos. Enquanto o vigor da moeda americana encarece a commodity para detentores de outras divisas, os Treasuries com yield em trajetória de alta tornam o metal, que não paga rendimentos, menos atraente a investidores.

Mesmo diante desses fatores, os analistas de commodities do Commerzbank acreditam que o ouro ainda possa retomar uma trajetória ascendente mais forte que a demonstrada nesta quarta. “Vemos um potencial baixista adicional apenas limitado para o ouro”, escreveram em relatório a clientes.

“As tensões geopolíticas no Oriente Médio apontam para demanda sólida por ouro como um porto seguro, assim como o conflito na (região coreana), que está esquentando novamente”, avaliam os economistas do banco alemão.