O ouro fechou o pregão desta terça-feira em alta, favorecido pela desvalorização do dólar e pelo recuo nos juros dos Treasuries, o que torna o metal precioso mais atrativo para os investidores. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão com ganho de 0,86%, a US$ 1.747,6 a onça-troy.

“O dólar dos EUA passou de um vento contrário para um vento favorável mais recentemente para o complexo de metais”, afirmam os estrategistas de commodities Warren Patterson e Wenyu Yao, do ING. “Isso, combinado com uma pausa na marcha de alta nos rendimentos dos Treasuries dos EUA, deu espaço para o ouro subir”, acrescentam os profissionais do banco holandês.

No período da tarde, a moeda norte-americana aprofundou a queda ante os pares, acompanhando o achamento na curva de juros dos Treasuries. Com o dólar desvalorizado, o ouro fica mais barato, o que aumenta a demanda pelo metal.

A ampliação da queda dos retornos dos títulos da dívida dos Estados Unidos de longo prazo, por sua vez, ocorreu após o Tesouro americano realizar um leilão de US$ 24 bilhões em T-bonds de 30 anos que registrou demanda acima da média.

A alta do ouro também ocorreu na esteira da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que avançou 0,6% em março, na comparação mensal, acima das expectativas de analistas.

“O ouro deve lucrar com a inflação mais alta. No entanto, o aumento da inflação provavelmente será apenas temporário”, diz o analista de metais Daniel Briesemann, do Commerzbank.