Os contratos futuros de ouro fecharam a quarta-feira, 20, em alta, com os investidores buscando o metal precioso mesmo em uma sessão com alta no mercado acionário em Nova York e na Europa. Havia certo otimismo contido, ao sabor do noticiário dinâmico envolvendo a crise da covid-19, com casos de mortes caindo na Europa e EUA, mas também dúvidas sobre o processo de reabertura econômica e uma crescente tensão entre Estados Unidos e China. Investidores aguardam também a realização do Congresso Nacional do Povo e a Conferência Consultiva do Povo, que acontecem nos próximos dias na China e podem trazer direções para a economia mundial.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou em alta de 0,43%, a US$ 1.765,60 a onça-troy.

Embora o ritmo de mortes por covid-19 esteja caindo na Espanha, Alemanha e no Estado de Nova York – epicentro da infecção americana – dando apoio ao bom humor do investidor no mercado acionário, a escalada na tensão EUA-China e as incertezas sobre a retomada da economia mundial ainda apoiam a busca pela segurança do ouro.

Em relatório enviado a clientes, o Erst Group avalia que os mercados estavam respondendo bem às medidas de relaxamento, abertura de fronteiras, sinais econômicos positivos da China e a possíveis avanços na frente de vacinação. “No entanto, o fluxo de notícias permanece misto e a amplitude, alta”.

Nesta quarta, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma legislação que poderia proibir muitas empresas chinesas de listar ações em bolsas americanas ou levantar dinheiro de investidores americanos sem aderir aos padrões regulatórios e de auditoria de Washington. Por outro lado, em editorial no jornal estatal da China, houve uma mensagem direta ao governo americano de que os EUA rompam laços oficiais com Taiwan e não interfiram em assuntos internos chineses.

Para o Rabobank, “um azedume no relacionamento entre os EUA e a China está causando preocupações sobre as perspectivas de crescimento na segunda economia do mundo”.

Mesmo assim, os contratos de ouro vão se elevando e, de acordo com o Commerzbank, o metal preciso “está voltando mais uma vez para o patamar de alta visto há sete anos e meio”.