O ouro fechou em território positivo nesta quarta-feira, 7, novamente apoiado pelo ambiente de cautela nos mercados globais. Segundo o Commerzbank, o metal atingiu máximas desde abril de 2013, em meio às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Além disso, a tendência de que bancos centrais cortem juros leva para baixo os retornos dos bônus soberanos, o que também ajuda a apoiar o metal.

O ouro para dezembro fechou com ganho de 2,39%, a US$ 1.519,60 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O banco alemão argumenta que o ouro deve ter se beneficiado pelos cortes de juros adotados pelos bancos centrais de Nova Zelândia e Índia. O Scotiabank faz avaliação similar, ao destacar em nota a força do metal diante da queda nas expectativas de juro real. Há ainda a avaliação entre investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve cortar mais os juros neste ano. Nesta quarta, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, argumentou que os ventos contrários trazidos pelo comércio global podem justificar mais reduções nos juros nos EUA.

No câmbio, o dólar mais fraco em relação a outras moedas fortes também colaborou para o movimento no ouro, que nesse caso fica mais barato para os detentores de outras divisas, o que apoia a demanda.

O metal tem sido impulsionado também pela cautela com o quadro comercial. Nesta quarta, o presidente americano, Donald Trump, voltou a criticar a China e alegou que o país teria “admitido” ser um “manipulador cambial”, o que Pequim tem negado publicamente com veemência. Trump ainda disse que os chineses desejam fazer um acordo comercial, mas investidores não veem sinais de que isso esteja mais próximo, no atual ambiente de tensões.