O ouro fechou o pregão desta segunda-feira, 19, em alta, apoiado pela busca por segurança no mercado, que resulta do avanço da covid-19 em regiões como a Europa, e impulsionado pela fraqueza do dólar na comparação com outras moedas principais. Os investidores também estão focados na perspectiva de que democratas e republicanos fechem um acordo por estímulos fiscais.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro subiu 0,28%, a US$ 1.911,7 por onça-troy.

“O ouro está encontrando suporte nos aumentos acentuados de novos casos de coronavírus, que estão alimentando preocupações entre os participantes do mercado”, avalia o analista de metais Daniel Briesemann, do banco alemão Commerzbank. Neste domingo, 18, países da Europa anunciaram mais medidas para conter a segunda onda de covid-19 no continente.

Nesse cenário de incerteza sobre a pandemia, aumentou a demanda pelo ouro, ativo que tradicionalmente tende a servir de refúgio para investidores. Além disso, o metal precioso se beneficia da queda do dólar, o que deixa os contratos mais baratos e atrativos para detentores de outras divisas.

A moeda dos EUA foi pressionada hoje pela força do euro e da libra, que reagem à expectativa pelas negociações de um acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia. “O ouro deve lucrar com essa incerteza, em nossa opinião”, afirma Briesemann, do Commerzbank.

O mercado também acompanha de perto as tratativas em Washington por um novo pacote fiscal. No domingo, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o prazo para se chegar a um entendimento seria 48 horas.

“Isso está sendo interpretado positivamente pelo mercado – que aparentemente enxerga uma vontade de acordo entre as partes em conflito – mas acreditamos que não está claro se algum acordo será alcançado”, avalia o Commerzbank.

Chefe de pesquisa do Julius Baer, Carsten Menke diz que o banco suíço mantém “visões neutras” sobre o ouro e prata. “Apesar dos temores de pandemia renovados em meio a infecções por coronavírus em rápido aumento em muitas partes do mundo, o ouro e a prata permaneceram na mesma faixa nos últimos tempos.”