O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 4, diante do aumento de casos do novo coronavírus ao redor do mundo e as consequentes restrições à atividade, o que favorece a busca pela segurança do metal precioso. Países como Alemanha, Espanha, Reino Unido e Japão devem adotar novas medidas ou estender as já existentes para conter a covid-19, que tem se espalhado com mais velocidade desde o fim de 2020 na esteira das mutações britânica e sul-africana do sars-cov-2, o vírus causador da doença. O dólar fraco também ajudou o metal a se valorizar no pregão de hoje, o primeiro de 2021.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para o mês que vem encerrou com ganhos de 2,72%, a US$ 1.946,6 a onça-troy.

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À semelhança da variante britânica do novo coronavírus, que já se espalhou por mais de 40 países, a nova cepa sul-africana do vírus também tem preocupado por sua maior capacidade de contaminação. O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse estar “incrivelmente preocupado” com o alastramento de outra variante, a qual cientistas dizem não saber se as vacinas sendo atualmente produzidas são eficazes.

A perspectiva de melhora da economia por meio da imunização contra a doença não foi capaz de melhorar o humor de investidores nesta segunda. A norte-americana Moderna concentrou boa parte do noticiário sobre vacinas hoje, ao anunciar que pretende produzir entre 600 milhões e 1 bilhão de doses em 2021. O anúncio se somou às discussões pela aprovação da vacina da empresa na União Europeia (UE), além da aplicação de metade da sua dose nos EUA para acelerar o processo local de imunização.

Segundo o estrategista chefe de mercados da FXTM, Hussein Sayed, o avanço da pandemia é apenas um dos fatores que devem sustentar a alta do ouro pelos próximos meses. Ele cita ainda a necessidade de bancos centrais seguirem com suas políticas de compra de ativos. Hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans, disse que a entidade deve manter sua política acomodatícia por mais tempo, em sinalização que favorece o metal precioso, à medida em que prejudica os rendimentos dos juros dos Treasuries.

“Considerando que estamos iniciando 2021 com avaliações extraordinariamente ricas nos mercados de ações, o ouro é um ativo indispensável nas carteiras”, complementou Sayed em relatório. (COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRES)