O contrato mais líquido do ouro fechou em alta, se recuperando de uma sequência de recuos nos últimos dias que levou o metal precioso a perder a marca psicológica de US$ 1.700 por onça-troy. O ouro contou com o impulso de um enfraquecimento do dólar, o que torna o metal mais barato para detentores de outras divisas.

O ouro com entrega prevista para junho ganhou 1,76% e terminou a sessão cotado a US$ 1.715,60 a onça-troy, na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange.

No trimestre, houve recuo de 9,47%, a maior queda desde o quarto trimestre de 2016, segundo dados do FactSet.

O ouro se recuperou após chegar recuar ao menor nível em mais de três semanas, pressionado pela alta nos rendimentos dos Treasuries, que dividem com a renda fixa a atenção dos investidores mais conservadores.

Como o metal não paga juros, o aumento do retorno dos Treasuries nos últimos dias incentivou a migração para a renda fixa.

A recente queda, abaixo de US$ 1.700 a onça-troy, “ilustrou sua maior sensibilidade aos rendimentos reais de longo prazo dos Estados Unidos do que de curto prazo”, aponta a Capital Economics. “Embora o preço tenha voltado, esperamos que ele caia para um nível ainda mais baixo à medida que a curva de rendimento dos Treasuries se inclina mais”, projeta a consultoria.

A Capital Economics acredita que o movimento de inclinação prossiga. “Esperamos que isso acumule mais pressão sobre o preço do ouro, que duvidamos que obtenha qualquer impulso compensatório de uma fuga para a segurança, dada nossa visão de que o mercado de ações dos EUA permanecerá forte este ano”, avalia, apontando que a previsão para o preço do metal no final de 2021 é de US$ 1.600 a onça-troy.

Para o Commerzbank, “enquanto o ambiente atual do mercado permanecer inalterado, acreditamos que o ouro terá dificuldade em recuperar o terreno perdido”.

*Com informações da Dow Jones Newswires.