O ouro fechou o primeiro pregão de outubro em alta, impulsionado pela fraqueza do dólar, o que deixa os contratos do metal precioso mais baratos e atrativos para detentores de outras moedas. A divisa dos EUA opera em baixa contra outras moedas fortes, como euro e libra, em meio a negociações sobre um novo pacote fiscal nos Estados Unidos.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 1,10%, a US$ 1.916,30 a onça-troy, recuperando a marca dos US$ 1.900 a onça-troy.

Os investidores aguardam uma definição em Washington sobre uma nova rodada de estímulos à economia para mitigar os impactos da crise gerada pela pandemia de covid-19. Apesar de a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ter demonstrado ceticismo sobre as chances de um acordo vingar, o clima ainda é de certo otimismo no mercado, o que reduz a busca pela segurança do dólar.

“As negociações de estímulos também aumentaram o interesse pelo ouro, com o metal se beneficiando do enfraquecimento do dólar”, afirmam analistas do Swissquote Bank. Porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany informou que a proposta do governo é de um pacote de US$ 1,6 trilhão, em contraste com o montante de US$ 2,2 trilhões proposto pelos democratas.

Na visão do analista de metais Carsten Fritsch, do Commerzbank, os preços do ouro ainda estão longe de encerrar a alta, apesar de já terem registrado um rali no terceiro trimestre do ano. “Os problemas que enfrentamos atualmente são simplesmente múltiplos: sejam os níveis de dívida nacional em rápido aumento, a impressão descontrolada de dinheiro pelos bancos centrais, as taxas de juros persistentemente extremamente baixas e os numerosos riscos políticos”, ressalta o profissional. A eleição presidencial nos Estados Unidos, em 3 de novembro, representa o maior risco, segundo Fritsch.