O contrato futuro de ouro fechou a sessão desta terça-feira, 4, em queda, no menor valor em quase três semanas, em um cenário em que os mercados continuam a se recuperar dos impactos do avanço do surto de coronavírus.

O ouro para abril encerrou o pregão em queda de 1,70%, a US$ 1.555,50 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Trata-se do menor patamar do metal desde 16 de janeiro, quando terminou o dia cotado a US$ 1.550,50.

O recuo do ouro amplia um movimento iniciado ontem, quando os mercados acionários dos Estados Unidos recuperaram parte das perdas registradas na semana passada, em meio à redução das tensões pela disseminação do coronavírus.

Nesta terça, os juros dos Treasuries, que competem com o metal como reserva de segurança, bateram máximas durante coletiva da Organização Mundial da Saúde (OMS) em que foi revelado que a comunidade internacional deve gastar US$ 65 milhões para conter o vírus.

Investidores também reagiram ao anúncio do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de que pretende realizar medidas de estímulo à economia. Para o Commerzbank, as medidas pressionam ativos de segurança, como o ouro. “Ao injetar liquidez e cortar taxas de juros, o PBoC conseguiu acalmar os mercados, como se refletiu na alta das bolsas e no maior apetite por risco”, analisa o banco em relatório enviado a clientes.

Na avaliação da Capital Economics, essa conjuntura afetará negativamente a demanda pelo ouro, que já tem sido reprimida pela diminuição na China e na Índia, os dois maiores compradores da commodity no mundo. “A valorização das moedas chinesa e indiana deve manter a demanda física deprimida. E, embora as compras dos bancos centrais devam permanecer fortes, o total de compras deve ser menor (este ano) do que em 2019”, diz a consultoria, também em relatório.