O contrato mais líquido de ouro fechou em forte baixa nesta sexta, 8, em meio a uma alta do dólar e dos juros dos Treasuries. A condição leva investidores a buscaram ativos com melhores rendimentos do que os do metal precioso. Outro aspecto que impactou o commodity foi a divulgação do payroll nos Estados Unidos hoje, mostrando uma deterioração do mercado de trabalho, o que pode levar a uma inflação menor. Uma inflação alta tende a aumentar a busca por proteção no ouro. O recuo levou o metal a perder o nível simbólico de US$ 1900 a onça troy.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para o mês que vem encerrou com baixa de 4,09%, a US$ 1835,40 a onça-troy. A forte baixa de hoje levou o ouro a se desvalorizar 3,15% na semana.

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“O ouro está sendo contido pelo dólar americano mais firme e pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries”, avalia o Commerzbank. A moeda americana se valorizou hoje, e o índice DXY, que mede o dólar frente outras seis divisas de economias desenvolvidas, subia 0,40%, a 90,179 pontos, às 15h53 (horário de Brasília), recuperando o patamar simbólico dos 90 pontos.

A divulgação do payroll mostrou o fechamento de 140 mil vagas de emprego nos EUA em dezembro, enquanto era esperada a criação de 10 mil postos. Na avaliação do Commerzbank, o dólar tende a se valorizar, como aconteceu após a divulgação negativa do ADP, “presumivelmente devido aos temores de uma recuperação econômica mais lenta e, portanto, à expectativa de inflação mais baixa”. A projeção de preços mais baixos leva a uma fuga do ouro, um ativo que justamente tem como característica ser um refúgio contra a inflação.