O ouro encerrou em queda o pregão desta sexta-feira, 30, com os mercados internacionais ainda repercutindo os sinais de amenização da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

O ouro para dezembro fechou em queda de 0,49%, em 1.529,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na comparação semanal, houve recuo de 0,53%.

Certo apetite por risco ainda pautou os investidores nesta sexta-feira, reagindo a uma declaração do porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, que afirmou ontem que “as contramedidas adotadas pelo lado chinês são suficientes”.

A fala foi interpretada como um sinal de que o país asiático não deve dar sequência às retaliações aos americanos, no contexto da guerra comercial. Frente ao clima de cautela amenizado, contratos de ativos considerados seguros, como o ouro, tendem a ser menos procurados, o que pressiona suas cotações.

“Um tom mais conciliatório na disputa comercial entre os EUA e a China levou a um pouco mais de apetite por risco entre os participantes do mercado, o que significa que o ouro estava em menor demanda”, diz Daniel Briesemann, do Commerzbank, em relatório divulgado a clientes.

A amenização nas tensões não significa, contudo, que as incertezas entre investidores em relação à guerra comercial e a outras tensões globais tenham se dissipado totalmente. Para o Barclays, estão entre as dúvidas “as políticas comerciais EUA-China, o Brexit e outros acontecimentos políticos e geopolíticos”. “Isso continua pesando nas perspectivas globais”, completa o banco, em relatório.

Pelo lado cambial, o dólar valorizado ao longo do pregão também tende a pressionar a procura por commodities, como ouro, na medida em que elas se tornam mais caras para detentores de outras divisas.