02/06/2017 - 11:03
O conflito entre Israel e os países árabes em junho de 1967, a lendária Guerra dos Seis Dias, mudou radicalmente o mapa do Oriente Médio e marcou uma reviravolta na história da região.
Entre 5 e 10 de junho, Israel invadiu o Sinai egípcio, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e a colina síria de Golã com uma guerra relâmpago cujas consequências ainda são sentidas 50 anos depois.
Desde então, Israel se retirou do Sinai, mas anexou Golã e Jerusalém Oriental, e a Cisjordânia continua ocupada. Também deixou a Faixa de Gaza, mas mantém a área sob bloqueio.
– Israel: mestre dos céus –
Várias semanas de tensão antecederam a guerra. Em maio o Egito, dirigido por Gamal Abdel Nasser, exigiu e conseguiu a retirada dos Capacetes Azuis da ONU do Sinai e fechou o estreito de Tiran para os barcos israelenses, o que provocou o bloqueio do golfo de Aqaba.
Na madrugada de segunda-feira, 5 de junho de 1967, os caças-bombardeiros israelenses atacaram as bases aéreas egípcias. Os blindados israelenses foram mobilizados até a frente egípcia. Os países árabes se declararam em guerra contra Israel. Jerusalém acabou sob o fogo dos morteiros.
À noite, o governo israelense anunciou ter colocado fora de combate a aviação egípcia.
– A queda de Gaza –
Em 6 de junho, o exército israelense tomou Gaza, até então sob administração egípcia. As tropas israelenses entraram no setor árabe de Jerusalém.
Após uma longa reunião entre Estados Unidos e União Soviética, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade uma resolução pedindo o cessar-fogo imediato.
– A Jordânia aceita –
Em 7 de junho começou uma grande batalha entre blindados no coração do Sinai, enquanto o exército israelense ocupava a margem ocidental do Canal de Suez. A marinha se apropriou de Sharm el-Sheikh e dominou o golfo de Aqaba.
“Boa parte do exército egípcio foge em desordem e ocupamos a maior parte do Sinai”, declarou o comandante do exército israelense, o general Itzhak Rabin.
Os bairros judeus Jerusalém são bombardeados.
As tropas israelenses entraram na cidade antiga de Jerusalém e o primeiro-ministro israelense, Levi Eshkol, visitou o Muro das Lamentações.
O exército israelense ocupou a maior parte da margem ocidental do Rio Jordão. A Jordânia aceitou o cessar-fogo.
“Conseguimos atingir os objetivos políticos e de segurança”, declarou o ministro da Defesa, General Moshé Dayan.
– O Egito joga a toalha –
Em 8 de junho, os israelenses chegaram ao Canal de Suez. A rádio do Cairo esperou até à noite para anunciar a aceitação do cessar-fogo pedido pelo Conselho de Segurança e anunciado antes pela imprensa estrangeira.
A Casa Branca informou que o telefone vermelho que liga diretamente a presidência dos Estados Unidos com o Kremlin foi usado várias vezes durante a crise.
Foram registrados disparos de artilharia na fronteira entre Israel e Síria.
– Reação política de Nasser –
Em 9 de junho, o presidente Nasser anunciou sua renúncia em um discurso exibido pela televisão. O mundo árabe ficou consternado. Nas ruas do Cairo, a multidão pedia que Nasser permanecesse no cargo, o que ele acabou fazendo.
Na fronteira entre Israel e Síria, os combates usaram blindados, artilharia e infantaria. Os israelenses entraram em Golã e tomaram a maior parte das montanhas com vista para o território israelense.
– A Síria cede –
Em 10 de junho, Nasser anuncia que continuará presidente “de acordo com a vontade popular”.
Na frente síria-israelense, o combate faz estragos. Israel mobilizou todo seu arsenal militar para aniquilar as posições sírias. Após a queda de Quneitra, a Síria se rendeu e colocou um ponto final no combate.
Em seis dias Israel derrubou o mito de Nasser, derrotou três exército árabes que ameaçavam sua existência e fixou suas fronteiras no Canal de Suez, no rio Jordão e em Golã, causando uma profunda comoção no mundo árabe.