As águas oceânicas estão mais quentes que nunca. Uma pesquisa publicada na revista científica Advances in Atmospheric Sciences mostra que o aumento do calor nos mares medido em 2018, em relação a 2017, é 388 vezes maior do que toda a geração de eletricidade da China em um ano. Os registros existentes mostram que os anos de 2017, 2015, 2016 e 2014, respectivamente, foram os mais quentes para as águas oceânicas na história, demonstrando uma grave tendência de aquecimento. Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e absorvem 93% do calor aprisionado pelas emissões de gases causadores do efeito estufa. O avanço da temperatura das águas resulta, entre outras coisas, no derretimento das calotas polares, no aumento do nível do mar e até na mudança das correntes de ventos. Tudo isso combinado provoca temperaturas mais intensas e chuvas mais pesadas, bem como secas prolongadas, nevascas fora de época e ondas de calor. São os chamados eventos climáticos extremos. Compreender o impacto desse problema é primordial para criar um futuro sustentável.

(Nota publicada na Edição 1105 da Revista Dinheiro)