O mercado de trabalho ainda guarda muitas desconformidades entre negros e brancos. O estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça”, divulgado em 13 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os trabalhadores brancos possuem, em média, renda 74% superior em relação a pretos e pardos, diferença que se manteve praticamente estável nos últimos anos. Maior parcela da população brasileira (56%), os negros estão em desvantagem no mercado de trabalho, apresentam os piores indicadores de renda, condições de moradia, escolaridade, acesso a bens e serviços, além de estarem mais sujeitos à violência e terem baixa representação em cargos de gerência.

A renda média mensal do brasileiro branco, seja ele trabalhador formal ou informal, é de R$ 2.796. Enquanto isso, entre pretos e pardos, essa quantia cai para R$ 1.608. Para cada R$ 1.000 que é destinado a um trabalhador branco, paga-se
R$ 575 para um trabalhador preto ou pardo. Dado esses números, não seria insólito notar que as diferenças só aumentam de acordo com o grau de hierarquia dentro das empresas. Quase 70% das vagas para cargos gerenciais no País, hoje, são preenchidas por brancos. Além disso, 66% dos desocupados e dos subutilizados são pretos e pardos. Os números mostram que o País ainda está longe em sua missão de propor igualdade de renda e de oportunidades no mercado de trabalho.

(Nota publicada na Edição 1148 da Revista Dinheiro)