O último debate entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, realizado nesta quinta-feira em Nashville, no estado do Tennessee, foi marcado pelas posições divergentes dos dois políticos sobre a gestão da pandemia, a imigração, a mudança climática e a indústria do petróleo.

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Seguem os principais pontos que marcaram o último debate entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos antes das eleições de 3 de novembro.

– A pandemia –

“O responsável por tantas mortes não deve permanecer na presidência dos Estados Unidos”, disse Biden a Trump na abertura do debate, alertando que o país enfrentará um inverno “sombrio”, em um momento em que já são mais de 222.222 mortos por Covid-19 em território americano.

Trump, que contraiu o vírus e teve que ser hospitalizado há três semanas, disse que seu governo está lutando “vigorosamente” contra a pandemia.

– Kim Jong-Un e Hitler –

O último debate dedicou uma parte importante à diplomacia e Biden aproveitou para atacar Trump por sua ligação com o líder norte-coreano Kim Jong-Un.

“Ele falou sobre seu bom amigo, que é um bandido”, disse Biden, acusando Trump de legitimar a Coreia do Norte.

Trump se defendeu, respondendo que se encontrou com o líder norte-coreano três vezes e, assim, conseguiu repelir a ameaça de uma “guerra nuclear”.

Ao que Biden respondeu exasperado: “É como dizer que tínhamos um bom relacionamento com Hitler antes dele invadir a Europa, o resto da Europa. Por favor.”

– Um “bebê inocente” –

Trump continuou com suas acusações e exigiu que seu rival democrata explicasse à opinião pública os supostos crimes de corrupção nos negócios de seu filho Hunter Biden na China e na Ucrânia, quando Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).

“Nunca recebi um centavo do exterior em toda a minha vida”, disse Biden, que costuma perder a compostura quando sua família é atacada.

Mas Trump insistiu e o acusou de ser um “político corrupto”. “Não me venha com essa história de ser um bebê inocente”, disse o atual presidente.

– Uma política “criminosa” –

Em troca, Biden acusou de Trump de comandar uma política “criminosa” ao separar famílias de migrantes em 2018 como parte da política de “tolerância zero” com a imigração.

A organização de defesa dos direitos humanos ACLU revelou nesta semana que ainda existem 545 menores afastados dos pais por conta da política do governo americano, que ficou em vigor por cerca de seis semanas e que precisou ser suspensa devido à onda de indignação.

“Esses meninos estão sozinhos, sem nenhum lugar para ir. Isso é criminoso”, enfatizou Biden.

Trump defendeu sua política, alegando que as crianças foram levadas para a fronteira por “coiotes”, “carteis” e “pessoas más”. “Agora temos a fronteira mais forte que já tivemos”, acrescentou.

– Petróleo e estados-chave –

O candidato democrata se arriscou ao afirmar que, se eleito, iniciará uma transição gradual de distanciamento da dependência da indústria do petróleo.

Trump reagiu rapidamente instando os estados-balanço do Texas, Ohio e Pensilvânia a se lembrarem dessa declaração, em um momento em que o democrata parece estar liderando a corrida nesses importantes feudos para se chegar à Casa Branca.

Além disso, o presidente – que defende posições que questionam as mudanças climáticas – afirmou que os Estados Unidos têm “o ar e a água mais limpos” em anos e diminuiu as energias renováveis, como a eólica, alegando que matam pássaros.