Tem uma pedra no meio do caminho do 5G brasileiro. É o que aponta estudo da Phygitall, startup especializada em tecnologias LoRa, Wi-fi e Bluetooth. Análise da empresa revela que o alto investimento necessário, o consumo exacerbado de energia para viabilizar essa tecnologia e o campo para crescimento de soluções já existentes são alguns pontos fundamentais para que o 5G demore ao menos uma década para ser totalmente implementado no País. Como comparativo, o 4G demorou três anos para atingir cobertura nacional quase total. “O 5G traz benefícios, mas também muitos desafios. Pouco se fala nessas situações que distanciam a quinta geração de internet do cidadão brasileiro”, afirmou Lúcio Netto, cofundador e CMO da Phygitall.

De fato, os benefícios, que serão muitos, estão mais em voga, seja nas discussões técnicas entre altos escalões de governos e grandes empresas, seja no famigerado almoço de domingo em família. Ultravelocidade, baixa latência e aumento no número de dispositivos conectados vão gerar novas experiências com uso de inteligência artificial e outras tecnologias inovadoras. Isso é ponto pacífico. Qual a jornada para atingir esse patamar? Essa é a grande questão.

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“O 5G traz benefícios, mas também tem muitos desafios. Pouco se fala dessas situações que o distanciam do cidadão” Lúcio Netto, CMO da Phygitall.

O investimento das empresas fornecedoras de serviço para a implementação da infraestrutura do sistema de conectividade para o 5G deverá ser de US$ 2,5 bilhões até 2024 e US$ 3,9 bilhões até 2025. Segundo estudo da startup, há um deficit de 100 mil antenas para as redes atuais (2G, 3G, 4G) no Brasil e o 5G demandará cinco vezes mais. Outro ponto é o consumo de energia, até três vezes maior que o gasto da infraestrutura do 4G. Num momento de crise energética no País.

“É mais um entrave para a rápida adoção”, disse Gustavo Nascimento, cofundador e CEO da Phygitall, ao destacar que tecnologias já existentes, como LoRa, de longo alcance e de alta latência, podem absorver projetos que atualmente são baseados em 5G, que não tem conectividade garantida. “Ela pode ser instável, como observa-se nos países em que já está implantada”, afirmou Nascimento.