Dentre os motivos para a agenda ESG ter ganhado a relevância observada nos últimos três anos, o principal é que o mercado financeiro entendeu a conexão dos riscos climáticos com prejuízos financeiros. Mas esse é mero detalhe. São vidas que estão em jogo. Segundo o International Disaster Database, mais de 450 mil pessoas morreram no mundo na última década em decorrência de eventos como terremotos, secas ou chuvas. No Brasil, país não imune a fenômenos extremos, a maioria absoluta das fatalidades está ligada a inundações, como a que assola agora Petrópolis (RJ) .

Das 1.652 mortes registradas pela entidade no período de 2010 a 2019, 1.616 foram atribuídas ao excesso de chuvas. O ano com mais óbitos foi 2011, quando mais de 900 pessoas perderam a vida após enchentes e deslizamentos de terra terem atingido a região serrana do Rio de Janeiro. O banco de dados trabalha somente com estatísticas e não traz conclusões sobre os motivos que levaram ao fato. No caso brasileiro é legítimo afirmar que a falta de estrutura e a ocupação desordenada das encostas contribuíram para o desastre.

(Nota publicada na edição 1261 da Revista Dinheiro)