Dois anos atrás, o histórico Acordo de Paris, assinado por mais de 200 países, marcou o início de uma corrida em direção à economia de baixo carbono. Hoje, já podemos vislumbrar vencedores e perdedores emergindo, especialmente no setor corporativo. Essa é a opinião de Paul Simpson, CEO da Carbon Disclosure Program, organização sem fins lucrativos
que advoga em favor da divulgação dos impactos ambientais pelas empresas. “Do uso crescente da energia solar à construção de edifícios eficientes, as melhores práticas estão ganhando terreno”, diz Simpson.

“E esse processo é cada vez mais conduzido pelas cúpulas das companhias.” Na quarta-feira 24, a organização divulgou a sua “Lista A”, relação das empresas com melhores índices de desempenho ambiental, segundo o questionário desenvolvido pela organização. Ela é liderada pela anglo-holandesa Unilever e pela francesa L’Oréal. As duas receberam três notas “A” nos quesitos clima, água e florestas. A única brasileira no ranking é a Braskem, com duas notas “A”, em clima e água.

A lista é retirada de uma amostra de 3,3 mil companhias, todas de grande porte, que reportam seus dados à organização, geralmente a pedido dos mais de 800 investidores institucionais que são signatários da CPD – grupo que concentra por volta de US$ 100 trilhões em ativos. Os dados mostram que 89% das maiores empresas do mundo possuem metas de
emissão de carbono, sendo que 98% consideram as mudanças climáticas uma responsabilidade de nível sênior ou do conselho de administração e 90% oferecem incentivos financeiros para alcançar as metas climáticas.

(Nota publicada na Edição 1042 da Revista Dinheiro)