Houve uma época em que o mundo das finanças na Internet era terra de ninguém. Agora, pelo que mostram as pesquisas sobre hábitos de uso da rede, virou Terra de Marlboro. Pesquisas mostram que, no Brasil, o público dos sites de investimento é predominantemente masculino, jovem, mora na região Sudeste, e, em boa parte, vive em cidades do Interior. ?Muita gente mora em locais onde não há gerentes de banco preparados para aconselhar o investidor?, explica Fernando Barrozo do Amaral, diretor do IG Finance. ?Eles buscam informação e investem pela rede.? É do Interior também que vem a maioria dos clientes do home broker do Banespa.

Uma pesquisa do IG Finance mostra que nove em cada dez pessoas que aplicam em fundos usando a rede moram na região Sudeste. Três em cada quatro são homens. A maioria (61%) é solteira. Quase a metade tem entre 20 e 29 anos, um terço tem de 30 a 39. O contingente que vai dos 40 aos 50 representa apenas 12%, e uma minoria de 8% já passou da linha dos 50 anos. Quando se pensa apenas no público que investe em ações, o perfil é ainda mais específico ? 88% deles são homens. O Financenter, um site que fornece dicas sobre mercado, descobriu também que 59,4% das pessoas que procuram investimentos on-line são assalariados.

Outro detalhe importante sobre o internauta é que ele é mais arrojado que o investidor médio. Um estudo feito pelo Banco1.net, um banco virtual, junto a seus 12 mil clientes, mostra que 20% deles aplicam em renda variável, enquanto a média brasileira é inferior a 10%. ?Trata-se de um público que tem mais acesso à informação?, explica Gabriel Moura, gestor de investimento do Banco1. ?Por isso, sente-se mais confortável para combinar rentabilidade e risco.? Moura acredita que a expansão da rede deve aumentar a quantidade de pessoas que aplicam em ações. ?Antes, só quem tinha acesso a informação on-line em tempo real eram funcionários de tesouraria de bancos?, explica. ?Agora, qualquer pessoa pode acompanhar os mercados do mundo todo.?