Ana Elisa Bacha Lamounier, da Spark Capital: “O mundo se prepara para ver o Brasil de volta ao jogo.”
Ana Elisa Bacha Lamounier, da Spark Capital: “O mundo se prepara para ver o Brasil de volta ao jogo.” (Crédito:Divulgação)

Divulgada na terça-feira 11, a lista dos envolvidos na delação da Odebrecht prometia cair como uma bomba sobre o mercado financeiro no dia seguinte. Não foi o que ocorreu. Após oscilar um pouco, o Índice Bovespa fechou em baixa de 0,73% e o dólar comercial encerrou a sessão a R$ 3,1424, alta de apenas 0,05%. Para os analistas, boa parte dos nomes já era conhecida do mercado, então a notícia já estava embutida nos preços. Agora, especula-se qual será o impacto futuro no que realmente interessa: a disposição dos investidores internacionais em colocar dinheiro aqui. E quem intermedeia esses negócios diz que não há razão para susto.

Segundo o advogado Rodrigo Bicalho, sócio do escritório Bicalho e Molica, especializado na estruturação jurídica de negócios imobiliários envolvendo investidores estrangeiros, o impacto será mais perceptível no curto prazo, mas há poucas razões para susto. “As instituições políticas brasileiras têm se mostrado resilientes à turbulência da Lava Jato”, diz ele. Bicalho vê outra mudança positiva. “As empresas adotaram práticas mais transparentes e melhoraram a governança corporativa, tornando-se mais preparadas para parcerias”, diz ele.

DIN1014-fachin_investimento3Para o advogado, os fundos de investimento mais conservadores podem até represar suas aplicações por algum tempo, mas os investidores com mais apetite para risco não deixarão de aproveitar as oportunidades. Os números do Banco Central mostram isso. Tanto os investimentos diretos quanto os no mercado de capitais cresceram nos primeiros meses de 2017 em relação ao mesmo período dos anos anteriores (observe o gráfico). Para Ana Elisa Bacha Lamounier, CEO da butique de fusões e aquisições Spark Capital, isso indica uma reversão de tendências. “O mundo se prepara para ver o Brasil de volta ao jogo”, diz . Segundo ela, a melhora nos fundamentos da economia, com juros e inflação em queda e perspectivas de crescimento, são mais importantes do que o vaivém da política.