ÍNDICES DE MERCADO PIPOcam por aí. Ibovespa, IBrX, ISE, IGC, IEE e muitos outros. Mas montar uma carteira que replique exatamente a composição de um índice está longe de ser tarefa fácil. Para quem não tem essa disponibilidade, uma alternativa é investir em ETFs, abreviação para exchange-traded funds (fundos negociados em bolsa). Extremamente populares fora do Brasil, os ETFs são clones de índice listados no pregão. Instituições montam carteiras similares aos indicadores escolhidos e o investidor só tem o trabalho de comprar as cotas do fundo na BM&F Bovespa. As vantagens? Em geral, exigem um modesto investimento inicial e as taxas de administração são mais convidativas.

O único clone cotado na Bolsa é o PIBB, ou Papéis de Índice Brasil Bovespa, que replica a carteira do IBrX- 50. Lançado em 2004 pelo BNDESPAR, suas cotas valorizaram-se 203% desde então. O valor mínimo para compra direta foi de R$ 1 mil e a taxa de administração não passa de 1,5%. Para estimular as instituições bancárias a criarem mais produtos como esse, a Comissão de Valores Mobiliários resolveu flexibilizar as regras de criação de ETFs. Só nos EUA, existem cerca de 700 ETFs, que acumulam US$ 578 bilhões em ativos. “Devido ao crescimento desses fundos lá fora, surgiu o interesse de intermediários montarem produtos assim no Brasil”, conta Carlos Alberto Rebello Sobrinho, superintendente de Relações com Investidores Institucionais da CVM.

A autarquia analisará caso a caso os modelos de ETFs que poderão chegar ao mercado. Antes, o produto devia invariavelmente ter 95% da carteira composta por papéis de alta liquidez. Agora, tais fundos poderão refletir índices compostos por empresas de médio porte ou índices setoriais, como o de energia elétrica (ISE) ou de governança corporativa (IGC). “Isso permitirá ao investidor participar de uma forma diversificada e com risco minimizado do setor escolhido. Além disso, poderá fomentar a liquidez das empresas de segunda ou terceira linha”, pontua Rebello.

A Mapfre é uma das que estão de olho nos ETFs. “Estamos estudando o mercado e testando a demanda”, confirma Elíseo Viciana, diretor-executivo de investimentos da Mapfre. Viciana acredita que, além de gerar liquidez e dar acesso ao pequeno investidor para aplicar, os ETFs são ótimas opções de diversificação e, por serem listados em Bolsa, são mais transparentes. “É interessante até mesmo para fundos comporem suas carteiras com ETFs”, diz.