Q uando assumiu a presidência da Estácio, em 2016, Pedro Thompson já tinha um currículo extenso. Formado em administração pela PUC, o executivo de 34 anos acumulava passagens pela Deloitte, PDG Realty, BTG Pactual e Leader, além de um curso de gestão na Harvard Business School. Mesmo com essa bagagem, sua primeira experiência no setor de educação foi um grande desafio. Segundo maior grupo de ensino do País, a Estácio negociava uma fusão com a líder Kroton e vivia um período de disputas internas. À parte dessa tensão, Pedro promoveu uma reestruturação que foi fundamental para que a companhia seguisse seu caminho após o veto do acordo, em junho de 2017. Como lição desse processo, ele ressalta a importância de aliar a vivência acadêmica e profissional ao diálogo com todos os elos do negócio. Confira as dicas de educação executiva do CEO:

1- Na hora de escolher um MBA ou qualquer outro curso de extensão, priorize os programas com foco em estudos de caso. No passado, um executivo era avaliado, inicialmente, apenas por suas capacidades técnicas. Aos poucos, essa demanda migrava para questões de liderança, comerciais e estratégicas. Esse modelo acabou. De estagiário a CEO, você será cobrado pelos dois aspectos. E, além da vivência, a melhor maneira de atingir esse grau de conhecimento é a análise do que já foi feito em outras situações e em diferentes setores e ambientes de negócio.

2- Outro elemento que deve ser avaliado por qualquer profissional na escolha de um curso de educação executiva é se o programa em questão estimula e dá ênfase a fatores como inovação e empreendedorismo. Hoje em dia, todo profissional é muito cobrado pela proposição de ideias e de novos produtos, serviços e modelos de negócio. É cada vez mais necessário ser criativo, pensar cinco, dez anos à frente. E ter iniciativa.

3- Cursos de programação também são cada vez mais essenciais para qualquer profissional. Atualmente, ter, ao menos, familiaridade com raciocínio lógico e com modelos estatísticos, além da capacidade de colocar um sistema em pé começam a ser grandes diferenciais. São habilidades que estão muito em voga. Mesmo que você não lide diretamente com linguagens de programação, ter esse conhecimento é fundamental no momento de conceber e desenvolver produtos e serviços.

4- Cursos e programas que investem em módulos em diferentes localidades e países também são cada vez mais relevantes. Você pode cursar um semestre no Brasil, outro na China, outro nos Estados Unidos, etc. Propostas nesse formato são importantes, especialmente, para quem quer trabalhar em multinacionais. Por mais que atualmente tudo esteja conectado, ainda existem barreiras culturais que precisam ser conhecidas. E o fato de não ficar preso em um micro mundo ajuda a fortalecer o currículo e a bagagem do profissional.

5- Os programas que estimulam as discussões, os projetos em grupo e as relações interpessoais também são fundamentais. E é importante que o aluno tenha cabeça aberta para dialogar e aprender com o outro. Todos nós precisamos ter nossas crenças e valores. Mas, ao mesmo tempo, não podemos nos prender a ideias preconcebidas. Nos dias de hoje, o mundo e os negócios mudam em questão de segundos. Você precisa ser uma esponja, absorver tudo e, ao fim de cada dia, ter a consciência de que, no fundo, ainda não sabe de nada.


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