Em fevereiro deste ano, escrevi um artigo opinativo na revista ISTOÉ Dinheiro mostrando que o Brasil tem uma enorme oportunidade de reduzir a sua meta de inflação para 2019. A minha sugestão é cortar o centro da meta de 4,5% para 4% – o alvo para 2018 já está definido em 4,5%.

O tema será debatido, em junho, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é formado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Recentemente, o presidente Michel Temer sinalizou que uma meta menor seria bem-vinda, embora tenha deixado claro que não pretende intervir nas decisões do CMN.

Na estreia do quadro “Descomplicando a Economia”, na TV Dinheiro, eu voltei ao assunto e mostrei que o Brasil tem uma meta maior do que os principais países emergentes. Desde 2005, o nosso alvo é de 4,5%. Diante da maior recessão da nossa história, que tal aproveitarmos para, ao menos, colher esse fruto?  Seria um prêmio de consolação diante de um desemprego tão cruel.

Os preços já estão rodando abaixo dos 4,5% e podem, segundo os analistas do mercado financeiro, reduzir o ritmo para menos de 4% em breve. Quanto menor a inflação, maior é o poder de compra de população e mais fácil se torna o processo de desindexação da economia. Temos uma oportunidade de ouro e não deveríamos desperdiçá-la. Os brasileiros merecem uma inflação menor.

Em tempo: o quadro “Descomplicando a Economia”, na TV Dinheiro, vai ao ar todas as segundas-feiras, entre 11h30 e 11h45, dentro do programa “Dinheiro na semana”, que é transmitido ao vivo pelo Facebook. Por causa do feriado de 1º de maio, a próxima edição será na terça-feira 2.