Leaks, ó, leaks. Mas pode ser traduzido também por aqui-se-faz-aqui-se-paga.
Não é nada que se compare à Vaza Jato, mas áudios de uma reunião de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, com seus colaboradores, mostra muito das estratégias da empresa – e dos estratagemas de seu fundador e principal acionista. As informações foram veiculadas pelo The Verge. Foram duas reuniões em julho, e mostram o clima de apreensão vivido na companhia. O principal tema da agenda envolveu Elizabeth Warren. A democrata e pré-candidata à sucessão de Donald Trump é crítica assídua das gigantes de tecnologia e do Facebook em particular. Ela defende que a empresa seja desmembrada para que seu poder fique sob controle.

O que Zuckerberg disse “Bem, estou preocupado que alguém tente desmembrar nossa empresa” – e aqui ele faz parênteses para agradecer por viver nos Estados Unidos: “Devo dizer que uma das coisas que mais amo e aprecio em nosso país é que temos um estado de direito realmente sólido, diferentemente de muitos outros lugares do mundo.” E continua: “Se ela (Warren) for eleita presidente, aposto que vamos ter um desafio legal. Aposto que venceremos esse desafio. E isso ainda seria ruim para nós? Sim. Apenas desmembrar essas empresas, seja Facebook, Google ou Amazon, não resolverá realmente os problemas. E, você sabe, isso não torna menos provável a interferência eleitoral. Isso não torna menos provável o discurso de ódio…”

Cotovelada no Twitter… “É por isso que o Twitter não pode fazer um trabalho tão bom quanto possível. Quero dizer, eles enfrentam, qualitativamente, os mesmos tipos de problemas. Mas eles não podem investir. Nosso investimento em segurança é maior que a receita total da empresa [risos].”

Diminuir a irritação da opinião pública “Acho que existem problemas reais. Não que os remédios antitruste os resolvam. Mas entendo que, se não ajudarmos a resolver esses problemas e a estabelecer uma estrutura reguladora em que as pessoas sintam que há responsabilidade real, então sim, as pessoas continuarão ficando mais irritadas.”

Encerrou dizendo o quanto foi importante eliminar pessoas pelo caminho para permanecer na empresa. “Uma das coisas que tive a sorte de construir nesta empresa é que eu tenho o controle do voto, e foi nisso que eu me concentrei desde o início. E foi importante porque houve vários momentos em que eu teria sido demitido sem isso. Com certeza, com certeza…”

(Nota publicada na Edição 1141 da Revista Dinheiro)