As ações da Sabesp dispararam na sexta-feira (20), subindo quase 11%, após a posse de Rodrigo Maia. O ex-presidente da Câmara dos Deputados assumiu como secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo e declarou que a privatização da companhia de saneamento básico do estado é a grande prioridade para o governo paulista. O que foi reforçado no sábado (21) pelo governador de São Paulo, João Doria, que ressaltou, porém, que este é um projeto de longo prazo. Numa primeira etapa, o governo estadual pretende contratar o International Finance Corporation (IFC) para fazer os estudos do processo de privatização. Há opções tanto de privatização como de uma possível capitalização da companhia, sem a perda de controle pelo Estado de São Paulo, que detém 51% do capital da empresa. No entanto, após absorver o impacto das declarações, o mercado acabou devolvendo todos os ganhos da sexta-feira na segunda-feira (23). Mesmo assim os analistas dizem que o potencial de valorização dos papeis da empresa ainda são grandes.

BANCOS
A saia justa com o Banco central

É crescente o mal-estar dos bancos com a postura impositiva do Banco Central em relação a três frentes de trabalho: Pix, interoperabilidade de recebíveis de cartões e open banking. Segundo os bancos, foram três modelos de negociação lançados em sequência, sem tempo para testar sistemas, conexões e capacidades técnicas entre os participantes. Não houve período de adaptação dos diferentes agentes, para sistemas complexos e de grande proporção, com (segundo os bancos) alto potencial de risco aos clientes. Eles atribuem a ação do BC a uma pressão pela ampliação artificial da concorrência no sistema financeiro. “Ninguém é contra a concorrência. O que não dá é para fazer na base do rolo compressor”, disse um executivo. “Desse jeito artificial, anabolizado, há risco de as coisas não darem certo e o cliente reclamar. Aí perdemos essa oportunidade.”

INFRAESTRUTURA
Os novos negócios da Cosan

A gigante de combustíveis Cosan deu a largada para nova estratégia de investimentos. Na segunda-feira (23), a empresa confirmou a compra de 100% das operações do TUP Porto São Luís, que detém um terminal de uso privado localizado na capital do Maranhão. O acordo, avaliado em R$ 720 milhões, foi firmado entre a controlada da Cosan, Atlântico Participações, a China Communications Construction Company (CCCC), controladora do terminal e os acionistas minoritários da TUP Porto São Luís. Além disso, a Cosan anunciou sua entrada também no setor de mineração. Através da sua controlada Atlântico Participações, o grupo fechou a formação de uma joint venture com o Grupo Paulo Brito, controlador da Aura Minerals, para explorar minério de ferro que será escoado também pelo porto de São Luís.

EDUCAÇÃO
Vitru de olho na liderança

O Grupo Vitru Educação, que controla a catarinense Uniasselvi, anunciou na segunda-feira (23) a compra da UniCesumar, que possui 330 mil alunos no Paraná. A transação é avaliada em R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 2 bilhões em dinheiro e o restante em ações. Com a aquisição, o Vitru passará a disputar a liderança no mercado de educação on-line, com cerca de 635 mil alunos matriculados e presença por todo o território nacional. A empresa também possuirá a graduação em medicina, um dos cursos mais rentáveis do setor. Hoje, a UniCesumar possui 1,6 mil vagas em cursos nas áreas de saúde, sendo 348 em medicina. A transação depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

PAPEIS AVULSOS
O trilhão da XP

Gabriel Reis

A XP espera alcançar a marca de R$ 1 trilhão sob custódia ainda este ano. A declaração foi feita pelo presidente do Conselho de Administração da XP Inc, Guilherme Benchimol, durante a abertura do Expert XP 2021. Ele frisou que o objetivo da empresa agora é chegar a 50 milhões de clientes nos próximos anos à medida que avança em novas frentes de negócios. No primeiro semestre do ano, a companhia chegou a 3,1 milhões clientes ativos e R$ 817 bilhões sob custódia, aumento de 88% em relação ao primeiro semestre de 2020. Há cerca de 18 meses, a XP ampliou sua ação com cartão, crédito e conta digital, e quer expandir ofertas para empresas. Na sexta-feira (20), a corretora e o banco Itaú também divulgaram a data de conclusão do processo de separação para o dia 1o de outubro, quase um ano depois do anúncio, em novembro de 2020.