Há mais de dez anos, Ibama, Fundação Nacional do Índio (Funai), universidades públicas e o Ministério Público Federal (MPF) alertam para a situação de tragédia ambiental que poderia ser imposta aos 130 quilômetros de corredeiras, cachoeiras, ilhas, canais, pedrais e florestas aluviais que formam a Volta Grande do Xingu. Hoje, o MPF chama a atenção para “evidências científicas de que um ‘ecocídio’ fulminará um dos ecossistemas da Amazônia de maior biodiversidade”.

A decisão do Ibama de impor um novo regime de partilha das águas vai ao encontro do que propõe o MPF, apesar de ainda não haver detalhamento técnico sobre como essa operação se daria na prática, pois a usina opera desde novembro de 2019.

A expectativa é de que, no lugar do “hidrograma de consenso” da concessionária, entre em operação um “hidrograma ecológico”, que não apenas priorize a geração de energia, mas passe a garantir as condições naturais e de adaptação para a Volta Grande do Xingu. Em esclarecimentos que o Ibama deu ao MPF, foi revelado que o “hidrograma de consenso” da empresa chegou a ser aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em 2009, mas isso ocorreu antes da emissão dos pareceres técnicos que rejeitavam a proposta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.