A principal cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha a que não se combinem vacinas contra a Covid-19 de diferentes farmacêuticas, afirmando que as decisões devem estar a cargo das autoridades de saúde pública. O alerta de Soumya Swaminathan chegou depois de o Vietnã afirmar que os cidadãos vacinados com uma dose da AstraZeneca podem escolher se querem que a segunda dose seja da mesma farmacêutica ou da Pfizer.

“É uma tendência um tanto quanto perigosa”, disse Soumya Swaminathan numa entrevista online esta semana após uma pergunta sobre a possibilidade de se vir a necessitar doses de reforço. “Será uma situação caótica se os cidadãos começarem a decidir quando e quem tomará a segunda, a terceira e a quarta dose”, continuou a cientista.

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A cientista da OMS referiu que as misturas de vacinas ainda são uma “zona sem dados”. “Os indivíduos não devem decidir por si próprios, as agências de saúde pública podem, com base nos dados disponíveis”, esclareceu no Twitter. De acordo com Swaminathan, a OMS ainda está à espera dos resultados dos estudos da mistura de vacinas diferentes, onde a “imunogenicidade e a segurança precisam de ser avaliadas”.

Segundo o jornal britânico “The Guardian”, alguns estudos já começaram a revelar resultados positivos na mistura de vacinas, mas que os estudo ainda estão numa fase muito inicial.

Até à data, apenas alguns países combinam vacinas de fabricantes diferentes, nomeadamente países onde as vacinas não chegam em doses suficientes. Também os efeitos da vacina da AstraZeneca levaram a um desconforto de vários países, com Espanha, Canadá e Coreia do Sul a optarem por uma vacina diferente à segunda dose.