Com as mudanças de forma e conteúdo de trabalho provocadas pela pandemia de Covid-19, um dos grandes desafios de 2020 foi a gestão de pessoas. Para milhões de pessoas, a casa virou escritório. Aumentou a distância física entre empregado e empregador. A produtividade, a entrega de projetos, as necessidades laborais e até mesmo a saúde dos colaboradores tiveram de ser acompanhadas de longe. Esse espaço foi encurtado pela tecnologia. Foi nesse cenário que as soluções HCM (Human Capital Management) da Oracle se destacaram e registram aumento significativo de procura. Em 2020, no Brasil, as receitas obtidas pelas ferramentas de Recursos Humanos (RH) da companhia americana subiram 359% em comparação com 2019. “São soluções bem vistas pelo mercado. Para acelerar o que precisava, no momento que a gente vive, a tecnologia é importante. E nosso HCM virou algo fundamental. Todos entenderam que, se não cuidar das pessoas em casa, não conseguem cuidar dos clientes”, afirmou à DINHEIRO Alexandre Maioral, vice-presidente de aplicativos da Oracle no País.

As ferramentas disponibilizadas pela Oracle são baseadas em nuvem, no modelos SaaS (Software as a Service). Oferecem dispositivos que vão desde a contratação até a aposentadoria, que incluem gerenciamento de força de trabalho, folha de pagamento, acompanhamento de talentos, cadeia de suprimentos e experiência do cliente. E atendem desde pequenas empresas, com poucos funcionários, até gigantes com milhares de colaboradores. De rede de motéis até a Brasken, por exemplo. “São soluções completas. Com arquitetura em cloud, permite baratear o modelo”, disse Maioral.

Para alcançar o significativo aumento, houve gradual mudança cultural por parte dos clientes, que estavam acostumados a verem funcionários da Oracle instalando os softwares nos computadores. Hoje, é tudo remoto. São cerca de 60 projetos mensais sendo implantados de forma totalmente digital, pela nuvem. “Assim conseguimos democratizar o processo. É até mais fácil para as pequenas e médias empresas, que não têm enraizados modelos tradicionais”, afirmou o executivo.

Apesar de não divulgar resultados financeiros específicos da Oracle HCM, as receitas desses serviços têm crescido e incrementam o faturamento da companhia americana. No ano fiscal 2020, encerrado em junho, a receita global fechou em US$ 39,1 bilhões, em ligeira queda ante o resultado de 2019, na casa de US$ 39,5 bilhões.

Outro diferencial do Oracle HCM é o acompanhamento em tempo real do uso das ferramentas pelos clientes. Os engenheiros da empresa observam pelo painel de controle as atividades dos 7.500 clientes no mundo, para entender quais as funcionalidades mais usadas e o que pode ser simplificado para melhor usabilidade. “A cada três meses fazemos atualização das soluções, corrigindo os possíveis erros e acrescentando novas funções. Permite que vamos evoluindo com segurança”, disse o vice-presidente. Além disso, 80% das ferramentas são construídas a quatro mãos, por especialistas da Oracle em parceria com os clientes. O Grupo Edson Queiroz é um deles. O conglomerado de 15 empresas, com 12 mil funcionários, cuida dos talentos e faz a trilha de desenvolvimento dos colaboradores com soluções Oracle. Já a CCR, administradora de rodovias brasileiras, é uma das que estão em expansão das ferramentas de RH.

LIDERANÇA O Oracle HCM foi listado entre os líderes do quadrante mágico da Gartner em novembro. A consultoria avalia que a solução é “robusta” e que continua a aumentar a capacidade, oferecendo melhorias constantes em todo o pacote. O suporte ao cliente foi um dos destaques do report. “Em 2020, os usuários consideraram uma variedade de recursos, funcionalidades e grupos de usuários Oracle extremamente úteis para enfrentar os desafios de tecnologia de RH e oportunidades de casos de uso devido ao COVID-19”, apontou o relatório. Entre os principais concorrentes globais estão a Workday, SAP, UKG e Ceridian. No Brasil, as ferramentas de gestão de Recursos Humanos da Oracle disputam mercado principalmente com a Totvs. “O Brasil é mais aberto para novas tecnologias, com vontade de fazer acontecer maior”, afirmou Alexandre Maioral. Aos olhos do mercado, o oráculo da empresa para gerir o capital humano bem posicionado.