A companhia de alimentos BRF registrou R$ 188 milhões em despesas não recorrentes durante o terceiro trimestre de 2018 e, dentre elas, os principais custos estiveram atrelados à Operação Carne Fraca/Trapaça, deflagrada pela Polícia Federal e a reorganização corporativa da empresa. Ainda houve um resquício da greve dos caminhoneiros e impacto do câmbio sobre dívidas e da hiperinflação na Argentina.

A Operação Trapaça gerou efeito de R$ 102 milhões, com custos como indenizações, provisões para estoque, ociosidade da estrutura fabril e advogados. A reestruturação corporativa respondeu pelo impacto de R$ 47 milhões que abrange custos de rescisão contratual, indenizações a integrados, perda de estoques/aumento ociosidade e gastos com consultorias. No terceiro trimestre de 2018, os custos de ociosidade totalizam R$ 20 milhões, perdas de estoques R$ 15 milhões e indenizações a integrados R$ 12 milhões.

A greve dos caminhoneiros, cujo efeito de R$ 10 milhões, inclui, principalmente, gastos logísticos adicionais, aumento de ociosidade, tanto fabril quanto da frota, e perdas de estoque. Já a hiperinflação causou efeito de R$ 16 milhões.

Reestruturação

Em relação ao plano de reestruturação financeira e operacional da empresa, a BRF informa que os desinvestimentos estão dentro do cronograma, em fase de recebimento de propostas não-vinculantes para os ativos localizados na Argentina, Europa e Tailândia. Já foram negociados R$ 214 milhões desde junho em ativos não operacionais e houve redução de 38 mil toneladas em estoque de matéria-prima, aproximadamente 30%.